quinta-feira, 2 de junho de 2011

Odontologia em Idosos

TERCEIRA IDADE E ODONTOLOGIA

 
A idade sozinha não pode apontar se o indivíduo é velho ou não: ela apenas classifica, pois a sociedade é quem vai determinar essa categoria social e, portanto ser velho é um conceito cultural. Não nos sentimos velhos nem sentimos interiormente as transformações físicas que surgem. Somente nos conscientizamos delas por meio do olhar do outro, pois interiormente, há sempre uma ilusão de eterna juventude.
Aumentar vida aos anos, e não anos à vida, em geral é a meta de qualquer profissional da Saúde.
O processo de prevenção contra os males do envelhecimento deve fazer parte dos planos de qualquer pessoa a partir dos 30 anos de idade. Exames regulares, administração do estresse, "check-up", atividade física e mental e alimentação balanceada são alguns itens de todo um processo que deve começar, por exemplo, com exames de avaliação hormonal e bioquímica.
Com o passar dos anos, o sistema orgânico que alerta sobre a sede pára de funcionar corretamente. É preciso impor-se a missão de beber pelo menos 1,5 litro de água, mesmo que não sinta sede.
Segundo os especialistas, o ideal é manter uma dieta rica em verduras, legumes, frutas, cereais e carboidratos, encontrados em pães e massas. Alimentos ricos em açúcar e gorduras podem ser incluídos nas refeições, mas com moderação. O leite e seus derivados são bem-vindos por serem importantes fontes de cálcio, que previnem contra a osteoporose. Tudo isso deve ser ingerido com moderação em intervalos menores de tempo. Logo, em vez de fazer três refeições por dia, o idoso pode fazer cinco ou seis, desde que não exagere na quantidade. E, claro, depois de cada uma delas, cuidar imediatamente dos dentes, mesmo quando não são naturais.
Muitas alterações bucais decorrentes da idade são determinadas pela perda da dentição natural. Isso influi em aspectos que vão desde a estética até a mastigação e o paladar. Com o tempo, as mucosas bucais perdem a proteção natural e ficam mais suscetíveis a ferimentos. Os problemas de fundo emocional, como a depressão, também trazem um certo risco para a saúde, pois a pessoa deixa de executar diversas ações, entre elas escovar os dentes.
Também não dá para apelar para a dentadura, acreditando que basta estar sem dentes para evitar transtornos. Ocorre uma reabsorção óssea da ordem de 25% do osso alveolar nos primeiros três meses de uso da prótese, após a extração dos dentes. Depois desse período ela deve ser reembasada ou refeita, e a troca deve se realizar à cada quatro anos, para manter sua capacidade de mastigação e ingestão de alimentos.
A redução do fluxo salivar, associada à saburra língual ( ver artigo "Mau hálito"), ocorre em no mínimo 30% da população, podendo atingir percentuais muito superiores, em até 84%, em pacientes com idade avançada , superior a 50 anos. As pessoas a partir dessa idade, passam a usar medicamentos rotineiramente, entre eles hipotensores, calmantes e antidepressivos, entre outros, com efeitos colaterais xerostômicos, que reduzem a salivação, facilitam a formação de saburra e mau hálito. Além disso, outro fator comum entre os pacientes idosos é o diabete, tanto do tipo 2, quanto o senil, que também provoca por alteração do equilíbrio eletrolítico, redução do fluxo salivar, saburra e mau hálito.
Um fluxo salivar normal é fator preponderante de resistência do hospedeiro em relação à cárie, doença periodontal, halitose, adaptação de próteses totais e conforto do paciente. Se houver apenas saburra e mau hálito, podem ser usados os sialagogos gustativos e tácteis (como frutas cítricas e misturas de sal e limão). Os sialagogos farmacológicos podem ser usados, desde que sejam observados suas restrições: alterações cardiovasculares, alterações de próstata, glaucoma de ângulo fechado e, principalmente, mal de Parkinson - pacientes que tomam medicamentos para esse problemas estão proibidos de usar os sialagogos farmacológicos.

Por: Aylla Alves Mendes

Nenhum comentário:

Postar um comentário