quinta-feira, 2 de junho de 2011

Odontologia nos EUA

EUA: falta de dentistas faz profissionais lucrarem

Os tempos nunca foram melhores para os dentistas dos Estados Unidos. Mas o mesmo não pode ser dito sobre os dentes dos norte-americanos. Com os custos do trabalho odontológico crescendo bem mais que a inflação e cerca de 100 milhões de pessoas desprovidas de planos odontológicos, a porcentagem de norte-americanos com cáries que precisam de tratamento começou a subir nesta década, revertendo 50 anos de tendência de melhora na saúde dental.

Números até agora inéditos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças demonstram que, em 2003 e 2004, os anos mais recentes para os quais há dados disponíveis, 27% das crianças e 29% dos adultos tinham cáries sem tratamento nos Estados Unidos. A porcentagem de pessoas com cáries não tratadas era a maior desde o final dos anos 80, e significativamente mais alta do que a registrada por uma pesquisa que cobria o período 1999-2002.
A despeito da alta no número de problemas dentais, os conselhos estaduais de odontologia e a Associação dos Dentistas Norte-Americanos (ADA), a principal organização profissional dos dentistas do país, vêm combatendo com esforços dos técnicos de higiene dental e outros profissionais sem formação odontológica para prover tratamento básico a pessoas que não têm acesso a dentistas.
Para os norte-americanos de classe média e ricos, dentes brancos e alinhados são um direito garantido. E os dentistas alegam que a maioria das pessoas recebe cuidado dental de alta qualidade nos Estados Unidos.
Mas muitas famílias pobres e de classe média mais baixa não recebem cuidados adequados, em parte porque a maioria dos dentistas prefere clientes capazes de pagar pelos seus tratamentos em dinheiro ou por meio de planos odontológicos privados; eles em geral não aceitam pessoas cuja cobertura de saúde depende do programa federal Medicaid.
Como resultado, clínicas odontológicas que atendem a esses pacientes têm listas de espera com meses de duração, mesmo no caso de pessoas que precisam de cirurgias sérias para tratar de dentes apodrecidos.
Na clínica de odontologia pediátrica administrada pela escola de odontologia da Universidade da Flórida, cujos custos são bancados pelo Estado, por exemplo, as crianças de baixa renda podem ter de esperar seis meses por uma cirurgia.
Em alguns casos, os resultados de tratamentos odontológicos inadequados são fatais. Uma criança no Mississipi e uma segunda em Maryland morreram, este ano, de infecções causadas por dentes apodrecidos.
Os críticos dos profissionais de odontologia - entre os quais especialistas em saúde pública, alguns médicos e até mesmo alguns professores de escolas de odontologia- dizem que há dentistas demais cuja preocupação dominante é o dinheiro e não a medicina.
 
Por: Patricia Moreira Andriola

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